4 de setembro de 2009

Fernando Girão desvenda o seu "Fado Negro"

Viver não é só o que vemos na camada exterior, o que está no interior é muito mais importante e verdadeiro, ser artista é coisa de Deus.

Estas palavras pertencem a Fernando Girão, ou devemos dizer Very Nice , nome artístico como muitos ainda o recordam. Não importa a maneira como o tratamos, importa o artista que é. Fernando Girão é um homem profundamente místico, herança que provavelmente lhe foi transmitida pelas suas raízes brasileiras.

Nascido em São Paulo, é brasileiro de nascença e português de adopção, mas no fundo ele é uma mistura de muitas raças, crenças e culturas. Fernando Girão é um homem do mundo. As várias influências adivinham-se na sua obra. Do Brasil tem a alegria e musicalidade de um povo onde a música brota mesmo nas condições mais adversas, de Portugal transporta um sentimento único a que chamamos saudade, de África os ritmos profundos dos batuques tribais, da América os lamentos belíssimos dos espirituais negros do sul dos Estados Unidos e o jazz tão característicos das velhas ruas de Nova Orleães. A sua voz e capacidade de improvisação transmitem-nos todas estas nuances, numa mistura de estilos que o tornam único.

Após 7 anos de ausência, período em que pouco ouvimos ou soubemos dele e que lhe serviu de introspecção fazendo-o repensar a sua vida, Fernando Girão decide recarregar baterias, e mais uma vez parte para outras terras, para ir beber às raízes que sempre lhe alimentaram o espírito. Passa pelo Brasil, Marrocos, Moçambique, Angola e Açores , actua como convidado em inúmeros espectáculos de outros artistas seus companheiros e regressa com muitos projectos na bagagem à espera de verem a luz do dia, pronto para uma nova etapa na sua vida.

Em 2009 decide finalmente editar um novo disco de originais Fado Negro (com letras e músicas suas) , este disco devolve-nos um Fernando Girão mais maduro mais sofrido, mais intimista e profundamente místico. Fado Negro é um excelente trabalho que nos transmite não só a portugalidade que mora em cada um de nós, como nos leva às paisagens longínquas que ele tão bem conhece.

Fado Negro é editado pela Numérica e tem data de saída marcada para 7 de Setembro.

1 comentário:

Maria disse...

E o cd Fado Negro recomenda-se, já o adquiri e é um prazer fazer essa viagem com Fernando Girão.