29 de janeiro de 2009

Aldeias Sonoras | Fev - Jun 09

O primeiro módulo do projecto educativo “Aldeias Sonoras” decorre em zonas rurais do concelho de S. Pedro do Sul entre Fevereiro e Junho 09 e realiza-se em colaboração com professores e alunos da Escola Secundária de S. Pedro do Sul e com o apoio financeiro da Câmara Municipal local.

“Aldeias Sonoras” é um projecto da Binaural, único a nível nacional, de mapeamento sonoro de zonas rurais portuguesas, em paralelo com o seu levantamento geográfico, histórico e sócio-cultural. O projecto envolve escolas de zonas rurais de diversas regiões de Portugal e pretende evidenciar a riqueza sonora do mundo rural português e a necessidade de o registar, envolvendo crianças e jovens nessa descoberta, promovendo em paralelo o sentido de identidade, de diversidade e de orgulho em viver no campo.

“Aldeias Sonoras” envolve uma série de módulos de aprendizagem teórico-prática, com o objectivo de dotar os alunos de conhecimentos de tecnologias de registo e edição de sons, mapeamento de sons em mapas Google, utilização de blogs para a organização e distribuição de informação, associando cada etapa do projecto a diversas disciplinas curriculares (nas áreas da arte, história, cidadania, geografia, tecnologias de informação, etc.).

O segundo módulo do projecto já está calendarizado para Maio 09 no concelho de Vimioso (distrito de Bragança), no âmbito do festival Sons e Ruralidades 09, o qual é organizado pelas associações Aldeia e AEPGA.

O mundo rural português está a despovoar-se e, com ele, vai paulatinamente morrendo uma cultura tradicional e uma relação particular com a paisagem e seus usos. À semelhança de outros países europeus, assiste-se a um processo de pós-ruralização, com implicações em diversos domínios: económico, psicológico, social, cultural.

Estas transformações formam uma malha complexa e sobreposta de realidades. Não existe um antes e um depois. As formas ancestrais de viver o rural (ainda) coexistem com novos usos da paisagem, com novas actividades e prioridades, muitas delas ligadas a uma dimensão ociosa.

Perante este cenário, existe hoje um imperativo de defesa e documentação de realidades paisagísticas rurais, para além da perspectiva ambiental em sentido estrito. A paisagem enquanto sobreposição de elementos naturais de fauna, flora e geologia, mas que inclui também elementos de intervenção humana, sejam arquitectónicos, agrícolas, saberes, utensílios, etc.

Uma realidade que abrange todas as dimensões da paisagem é a acústica. Quais os sons que a nossa paisagem rural incorpora? Quanto deles já desaparecerem irremediavelmente? Estamos habituados a olhar o mundo que nos rodeia, mas quanto tempo nos dedicamos a escutar a “música” da paisagem? O que podemos aprender acerca das comunidades rurais através da dimensão sonora?

Hoje em dia existe uma consciencialização crescente para a necessidade de defender, estudar e documentar o património sonoro, de tal forma que existem estudos de ecologia sonora e algumas áreas geográficas (como a região autónoma da Galiza) incluem a dimensão sonora no âmbito do seu património imaterial autóctone.

É com este contexto presente que surge o projecto “Aldeias Sonoras”.

“Aldeias Sonoras” é um projecto educativo da Binaural de mapeamento sonoro de zonas rurais portuguesas, em paralelo com o seu levantamento geográfico, histórico e sócio-cultural. O projecto envolverá escolas básicas de zonas rurais de diversas regiões de Portugal, começando uma fase-piloto no ano lectivo 2008-2009 na zona de Lafões e da Serra do Montemuro, pela sua proximidade ao Centro de Residências Artísticas de Nodar (S. Pedro do Sul) e pelo conhecimento profundo que os autores do projecto têm da sua diversidade paisagística e humana.

O projecto pretende evidenciar a riqueza sonora do mundo rural português e a necessidade de o registar, envolvendo crianças e jovens nessa descoberta, promovendo em paralelo o sentido de identidade, de diversidade e de orgulho em viver no campo.

“Aldeias Sonoras” envolverá uma série de módulos de aprendizagem teórico-prática, com o objectivo de dotar os alunos de conhecimentos de tecnologias de registo e edição de sons, utilização de blogs para a organização e distribuição de informação, associando cada etapa do projecto a diversas disciplinas curriculares (nas áreas da arte, história, cidadania, geografia, tecnologias de informação, etc.).

27 de janeiro de 2009

Danças Ocultas : Contradança [Ar, 1998]

Danças Ocultas ao vivo no Festival Músicas do Mundo
[Sines, 2008]
Projecção Multimédia :: Luis Girão

26 de janeiro de 2009

In-Canto : Mouriscas

Com a colaboração das Adufeiras de Penha Garcia.

24 de janeiro de 2009

Luísa Amaro "liberta-se" de Carlos Paredes e edita "Meditherranjos"

A compositora e guitarrista Luísa Amaro afirmou à Lusa que o seu novo CD, "Meditherranjos", a editar em Fevereiro, representa "uma libertação de Carlos Paredes", com quem trabalhou, e a "conquista de uma sonoridade própria".

"Eu senti a necessidade de trabalhar por mim tão somente. Claro que o Paredes é uma referência para todos nós, pois é o mestre, mas eu tinha de largar o Paredes e criar um projecto meu", disse a instrumentista à Lusa.

"Quero explicar que tenho um projecto, isso para mim é essencial. Representa um esforço muito grande, que consegui também graças aos músicos que me acompanham", acrescentou.

Com Luísa Amaro (guitarra portuguesa), estão António Eustáquio (guitolão), Gonçalo Lopes (clarinetes), Baltazar Molina (percussões orientais) e Mário Laginha tem participação especial numa faixa.

"Laginha toca cinco minutos de improviso, numa rajada", na faixa seis, intitulada "Meditherranios", que foi a última a ser gravada, dados os compromissos do pianista.

"Se ele não participasse o disco sairia na mesma, mas ele é um músico que estimo, admiro e muito respeito", observou.

Na opinião da guitarrista, Laginha "é um convidado que marca a diferença e é muito bonito o diálogo entre a guitarra portuguesa e o piano".

Quanto ao guitolão, um instrumento imaginado por Carlos Paredes que integra o CD, "está a fazer a sua história e depende muito de quem o toca e a forma como o toca", asseverou Luísa Amaro, para quem a sua inclusão "faz sentido pelo António Eustáquio e por a sua sonoridade se aproximar da do alaúde árabe".

O CD "Meditherranjos" é constituído por nove faixas, todas compostas por Luísa Amaro, com excepção da que conta com a participação de Laginha, "mas pode ser entendido como uma peça só, toda ligada", e é desta forma que será apresentado ao público, a 13 de Fevereiro, no Museu do Oriente, em Lisboa.

Dia 13 marca também o lançamento do CD/Digibook para o mercado, voltando Luísa Amaro e os seus músicos ao palco do Museu no dia seguinte.

"Trata-se de um Digbook porque pedi a vários amigos, como o arabista Adalberto Alves, a etnomusicóloga Salwa Castelo-Branco e o escritor Urbano Tavares Rodrigues para escreverem textos acerca de determinadas faixas", esclareceu a compositora.

Os textos estão traduzidos em inglês, francês e alemão, tendo em vista o mercado externo e os festivais de músicas do mundo onde "o som da guitarra portuguesa é bebido de outra forma", já que "é duro" ser-se concertista em Portugal.

"Muitas pessoas gostam mas quando vêm ter comigo dizem sempre, `se tivesse uma voz`. Não há essa cultura de ouvir música em Portugal", acrescentou Luísa Amaro.

O CD remete para a tradição musical do Mediterrâneo, definindo-o Luísa Amaro nestes termos: "É uma viagem e um reencontro com a música oriental, designadamente árabe que faz parte de nós, mas temos passado ao lado" dela.

Este é o segundo álbum de Luísa Amaro, depois do editado em 2004, "Canção para Carlos Paredes" com o qual pretendeu homenagear o falecido mestre da guitarra e compositor. "Em 2004, pouco depois da morte do Paredes, fiz a minha homenagem ao mestre e fechei um ciclo", disse.

Gravado em três dias, "Meditherranjos" esteve "em maturação" durante quatro anos, com vários espectáculos que foram "essenciais" para fazer "respirar" as músicas compostas e permitiu aos músicos "um maior à-vontade".

"Há também a componente dança que existia nesses espectáculos e que me ajudou a imaginar ambientes, como acontece na faixa `Crisálida`", referiu. Outros temas do álbum são "Egiptânia", "Devaneios", "Kalipha", "Lusitânia", "Jogral", "Mouriscas" e "Jardim da sereia".

fonte ~ rtp

20 de janeiro de 2009

A Naifa : Monotone [3 minutos antes da maré encher, 2005]

Antes de saíres para o trabalho, arrumas à pressa o dia anterior
Para debaixo da cama.
Guardas o coração ainda adormecido bem dentro do teu corpo

E esqueces essa canção que já não passa na rádio
Mas que vive secretamente dentro de ti.
Fechas a porta à chave com duas voltas e sais.

Os teus passos na escada fria soam ligeiros e apagam-se,
Perde-se o rasto, easy listening,
Guardas tudo para ti como um ex-dj...
Assim partes, quase a correr.

Parada junto à passadeira, protegida num gesto ledo
Fixas o olhar na sombra dos carros que passam.
Esperas pelo sábado,
Pelo feriado e as suas pontes,
Pelas férias para ouvires as tuas canções.
Sentes-te longe, silenciosa de luz.

joão miguel queirós / a naifa

19 de janeiro de 2009

João Aguardela: uma inocente inclinação para a música


Faleceu ontem 18 de Janeiro de 2009 em Lisboa o músico João Aguardela, que faria 40 anos em Fevereiro. Vocalista, líder e fundador dos Sitiados, que fizeram enorme furor nos anos noventa, Aguardela foi também o mentor de projectos como Megafone (quatro discos de um trabalho muito pessoal, que cruza a recolha de música tradicional portuguesa com sonoridades electrónicas), Linha da Frente (formado por vocalistas de várias bandas nacionais interpretando textos de poetas portugueses) e A Naifa, o seu mais recente projecto com Luís Varatojo, com três álbuns editados e dezenas de concertos aclamados pela crítica e pelo público.

Criador com capacidades fora do comum, inovador, Aguardela soube antecipar tendênncias e lançar projectos esteticamente inéditos, sempre numa abordagem marcada pela defesa da língua e da cultura portuguesas.

Firme nas convicções, determinado nos objectivos , invulgar na forma de ser e estar na vida, desde sempre grangeou respeito e admiração no meio musical, ainda que nunca tivesse procurado o estrelato.

Vítima de cancro, morreu no Hospital da Luz, aos 39 anos. Deixa uma obra invejável e saudade à família e amigos. Como escreveu o João, «os dias sem ti/ são todos iguais/ são dias sem brilho/ são dias a mais».

Ricardo Alexandre, amigo do João.

O João será cremado amanhã, às 16H, no cemitério do Alto de São João.
fonte ~ a naifa

Aos familiares e amigos, o mais sincero pesar e admiração por um músico que nos deixou um legado importante duma nova forma de entender e ouvir a nossa música tradicional.

17 de janeiro de 2009

16 de janeiro de 2009

Chuchurumel encontrou o ponto final

O blog Raízes e Antenas faz um aviso à navegação sobre o fim do projecto Chuchurumel.
É com tristeza que recebemos esta notícia, dum dos grupos mais "subversivos" na recuperação e reinvenção da música tradicional portuguesa, e ao qual ainda devemos (entre muitas...) uma crónica sobre os seus discos "no castelo de Chuchurumel"(2005) e "Posta-Restante"(2007).
No myspace do grupo, pode-se ler o seguinte comunicado:
Chuchurumel encontrou o ponto final. Cerca de cinco anos e meio volvidos desde o seu nascimento, chegou ao fim esta aventura de divulgação e promoção da música tradicional portuguesa. Para trás ficam dezenas de horas de recolhas, diversas oficinas de formação sobre instrumentos tradicionais portugueses, espectáculos originais criados para determinadas circunstâncias, centenas de concertos no país e no estrangeiro (do Jarmelo a Frádigas, do CCB à Casa da Música) e dois discos editados: "no castelo de Chuchurumel"(2005) e "Posta-Restante"(2007). Para a frente continuam as carreiras artísticas dos dois músicos do grupo: Julieta Silva integrada no grupo Diabo a Sete e César Prata com o seu novo projecto "trinta por uma linha", espectáculo e disco a apresentar em Maio de 2009. Para todos aqueles que ao longo destes anos nos apoiaram e acarinharam fica o nosso mais sincero bem-haja.


Grupo Origem | Um sol maior

Grupo Origem
Um sol maior

Açor, 2008


Certamente que há 30 anos atrás, quando o Grupo Origem deu forma ao seu projecto de recolha e divulgação da música tradicional portuguesa, especialmente a minhota, não imaginariam a reviravolta criativa e tecnológica que se iria instaurar no nosso país, com o passar dos anos. Contudo, o primeiro disco "Um sol maior" desta formação de S. Mamede de Este (Braga), é a prova que num contexto cultural cada vez mais globalizado e aculturado, felizmente as "raízes" são perduráveis e recuperáveis.

Ainda é possível defender as nossas tradições musicais, entre viras, malhões e chulas, e esta persistência é, sem dúvida, um dos aspectos mais louváveis deste grupo, que também se soube reinventar, através da composição de temas originais, fortemente influenciados pelo nosso folclore. Ultimamente, assistimos ao nascer duma geração de grupos que procuram a fusão de sonoridades, mas o Grupo Origem destaca-se, precisamente, pela sua fidelidade aos ritmos e às melodias mais tradicionais, tal como podemos constantar neste seu primeiro trabalho discográfico em temas como "Bira de S. Mamede" ou "Assim fazemos no Minho". Paralelamente, e como não podia deixar de ser, também é de agradecer o trabalho de campo do grupo, em recolhas de temas tradicionais como "Chula Belha", "Contradança", "Delaidinha", "Claralinda" e "Cantiga da Segada", onde instrumentos como o cavaquinho, a braguesa, o bandolim, o adufe ou a gaita-de-foles, entre outros, ganham expressividade próprias.

Encontro de gerações e de vontade de salvaguardar o nosso património etnomusicológico, o Grupo Origem é exemplo da sua devida valorização e reinvenção, dando-nos a confiança dum futuro para a música tradicional portuguesa.
Sara Louraço Vidal, 2009

Alinhamento:
  1. cantiga da segada
  2. claralinda
  3. porque adoro ver-te nua
  4. bira em s. mamede
  5. delaidinha
  6. quero cantar-te
  7. no lagar
  8. flor do tojo
  9. chula belha
  10. obra de arte
  11. contradança
  12. os teus olhos
  13. quem espera
  14. cegueira
  15. saudade
  16. enamorei-me de ti
  17. assim fazemos no minho
  18. água sagrada
Gravado no auditório Adelina Caravana do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga.
Técnico de gravação: Serafim Barreira
Assistente de gravação: Carlos Meireles
Edição digital: Serafim Barreira
Masterização: Serafim Barreira, Emiliano Toste
Produção artística: Daniel Pereira e Casimiro Pereira
Conteúdos: Casimiro Pereira
Design gráfico: Gonçalo Cruz
Fotografia: Abel Andrade

13 de janeiro de 2009

Dazkarieh : Vitorina [Incógnita Alquimia, 2006]

A pobre da Vitorina
Como todo mundo sabe
Dizem que morreu de parto
Que morreu na enfermidade

A pobre da vitorina
Como todo mundo sabe
Só queria morrer de velha
Com seu amor de verdade

Às portas da eternidade
Tinha junto ao coração
Uma letra que dizia
Morrer sim deixar-te não!

tradicional / Joana Negrão

9 de janeiro de 2009

O Último Gaiteiro tradicional de Torres Vedras


Joaquim Roque
“Joaquim Roque: O Último Gaiteiro Tradicional de Torres Vedras” é um livro único em Portugal, da autoria da Associação Portuguesa para o Estudo e Divulgação da Gaita-de-Foles, sendo assinado por Francisco Pimenta e Henrique Oliveira. Editado pela Tradisom, tem lançamento marcado para 17 de Janeiro de 2009, no Teatro-Cine de Torres Vedras.

O Gaiteiro
Joaquim Roque, de 72 anos, é o último guardião de uma estirpe de antigos gaiteiros estremenhos. Este livro relata as suas memórias de vida: desde a sua aprendizagem com os velhos mestres gaiteiros da Estremadura, à sua ligação duradoura e ininterrupta às importantes romarias da região, não esquecendo a presença frequente no Carnaval de Torres Vedras.
A figura de Joaquim Roque torna-se também especial por ser dos mais exímios gaiteiros de tradição oral actualmente em actividade em Portugal.

O Livro
A obra, de imagem cuidada, é ilustrada por uma fotobiografia deste tocador, conseguindo reunir imagens inéditas de investigadores de referência como Michel Giacometti, Ernesto Veiga de Oliveira e Benjamim Pereira e José Alberto Sardinha, finalmente dadas a conhecer.
Com Prefácio deste último investigador, o livro inclui um capítulo introdutório que a Associação autora da obra dedica à História da Gaita-de-fole em Portugal, com a publicação de imagens de iconografia inédita por si captadas ou especialmente cedidas por Museus Nacionais e Municipais, Arquivos Municipais e outras entidades, fruto da pesquisa da própria Associação.

CD e DVD
O livro é acompanhado por um CD contendo registos sonoros realizados a Joaquim Roque pela Associação Gaita-de-Foles e por José A. Sardinha, cujos fonogramas são assim tornados públicos, alguns, ao fim de 30 anos.
O livro contém ainda um DVD com um Documentário sobre a vida e a importância de Joaquim Roque como um dos derradeiros gaiteiros da Estremadura.
Entre as entidades que apoiam esta edição contam-se a Câmara Municipal e a Caixa Agrícola de Torres Vedras.

Características da Obra

Livro de Capa Dura a Cores: 71 páginas
Disco áudio: 24 faixas
DVD: duração aprox. de 50 min.
Edição: Tradisom – Produções Culturais
Autoria: Associação Portuguesa para o Estudo e Divulgação da Gaita-de-Foles (Francisco Pimenta e Henrique Oliveira).
Ano de Edição: Novembro de 2008
Tiragem: 1500 exemplares
Preço: 36 € (Sócios APEDGF: 25€).


3 de janeiro de 2009

Ana Moura: O Fado da Procura [Para além da saudade, 2007]

Mas porque é que a gente não se encontra
No largo da bica fui-te procurar
Campo de cebolas e eu sem te encontrar
Eu fui mesmo até à casa do fado
Mas tu não estavas em nenhum lado
Mas porque é que a gente não se encontra

Mas porque é que a gente não se encontra
Já estou sem saber o que hei-de fazer
Se seguir em frente ai madre de Deus
Se voltar a trás ai chiados meus
E o rio diz que tarde infeliz
Mas porque é que a gente não se encontra

Mas porque é que a gente não se encontra
Já estou farta disto farta de verdade
Vou beber a bica sentar e pensar
Ver se esta saudade ai fica ou não fica
E talvez sem querer não querem lá ver
Sem te procurar te veja passar
Sem te procurar te veja passar

Amélia Muge