29 de agosto de 2007

EMtrad’ a partir de 3 de Setembro: novidades para todas as idades!

A 3 de Setembro inicia a nova temporada da EMtrad’, com uma série de novas propostas para o ensino da música tradicional em Águeda. As inscrições estão abertas na d’Orfeu e a sedução estende-se a toda a comunidade: além das aulas semanais (todas as idades), haverá Aulas Grátis, Bolsas de Estudo, Apoio aos Grupos Folclóricos, Cursos Mensais e até Música para Bebés.

As novidades são mais que muitas na Escola de Música Tradicional, área da d’Orfeu que centra em Águeda uma oferta formativa ímpar no ensino de instrumentos tradicionais. A EMtrad’ acolhe alunos de todas as idades, garantindo o compromisso pedagógico de iniciação às crianças e jovens de Águeda com o Curso Tocata, a par de uma procura por parte de músicos de todas as gerações e origens geográficas, nomeadamente para os Cursos Mensais.

Para além da forte presença da concertina no leque de instrumentos que os alunos procuram, enraizou-se já a apetência pela gaita-de-foles após os primeiros meses de experiência. São ainda aposta os vários cordofones tradicionais: o cavaquinho, a viola braguesa, a rabeca e o bandolim. A voz e a percussão completam o naipe de instrumentos, todos disponíveis tanto para iniciação como em nível avançado.

O Programa de Apoio à Formação, iniciado em Janeiro em parceria com a Câmara Municipal e que prevê condições especiais para os músicos oriundos dos Grupos Folclóricos do concelho de Águeda, vai reforçar o seu impulso na nova temporada. Promover o aparecimento contínuo de novos instrumentistas para as tocatas bem como a qualificação dos actuais tocadores são objectivos para cumprir em 2007/2008.

Novidade no novo ano lectivo da EMtrad’ é a criação de um regime de Bolsas de Estudo, destinadas a alunos carenciados de indiscutível mérito ou potencial, por forma a frequentarem a sua formação em condições económicas especiais. Passa a ser também social a missão pedagógica da Escola de Música Tradicional.

Continuará a abrir-se a porta, às quartas-feiras, para o SOS musical, agora com duas horas distintas. A Aula Grátis Semanal passa a ser dividida em “Pediatria” (para crianças, às 17 horas) com música livre e jogos musicais; e em “Consultas” (para jovens e adultos, às 18 horas) para tirar dúvidas, experimentar instrumentos ou estudar técnicas. Um formador atende todos os alunos de ocasião, sem rastreio ou sala de espera. Sempre às quartas-feiras, sem inscrições, de participação totalmente livre e grátis.

Por outro lado, a EMtrad’ vai ao berço para cativar o público do futuro, numa nova iniciativa dirigida às famílias com rebentos de colo. Bebés com Música é título de um concerto didáctico familiar a realizar no último domingo de cada mês, numa experiência que se prevê vibrante para as orelhas dos pequenotes. Inicia já a 30 de Setembro, o “primeiro” último domingo dos próximos meses.

A partir de Janeiro de 2008, outras iniciativas se seguirão: a criação do Coro Infantil EMtrad’ (cujas inscrições livres estão já abertas), a promoção de Visitas Pedagógicas das escolas básicas à d’Orfeu e ainda a realização de oficinas/workshops regulares.

O ensino da música tradicional na d’Orfeu continua, através das suas propostas, a comprovar os méritos de uma acção pedagógica virada para a vivência prática da música e para os processos dinâmicos de reinvenção do património musical tradicional, num contexto nacional de total ausência desta matéria nos programas pedagógicos oficiais, que a d’Orfeu pretende combater com o reforço da posição da EMtrad’ - Escola de Música Tradicional.

Vamos tirar o pó à música tradicional!
fonte ~ d'orfeu


EMtrad' Ensaio Tocata
Espectáculo "Rio Povo"

27 de agosto de 2007

GAITEIROS DE LISBOA na mais importante feira de músicas do mundo

BAJOFONDO TANGO CLUB, MAYRA ANDRADE, MAMANI KEITA & NICOLAS REPAC, TANYA TAGAQ GILLIS, SEUN KUTI & EGYPT 80, BALKAN BEAT BOX, AMAN AMAN (projecto de música sefardita dos músicos de L’HAM DE FOC) e GAITEIROS DE LISBOA. Estes são alguns dos nomes conhecidos do público português que se apresentam entre os dias 25 e 28 de Outubro em Sevilha, na WOMEX, a maior feira de músicas do mundo. Esta é, sem dúvida, uma das edições com maior número de nomes sonantes e que recentemente passaram pelo nosso país. Mas há ainda um outro mundo de músicas para descobrir. Apesar de ainda não ter sido divulgado o programa do espaço paralelelo “offWOMEX”, eis o atractivo cartaz de “showcases” previstos para quatro intensíssimos dias:

Dia 25:

[à hora do almoço] ROSS DALY QUARTET (Irlanda / Grécia)

[noite] BAJOFONDO TANGOCLUB (Argentina / Uruguai)
BALKAN BEAT BOX (Israel / EUA)
ENSEMBLE “ALTAIKAI” (Rússia)
FANFARA TIRANA (Albânia)
HAZMAT MODINE (EUA)
MARAVILLA DE FLORIDA (Cuba)
MASTAKI BAFA (Congo)
ROSS DALY QUARTET (Irlanda / Grécia)
SHANBEHZADEH ENSEMBLE (Irão / França)
TANYA TAGAQ GILLIS(Canadá)
TOUMAST (Niger / França)
YAMANDU COSTA (Brasil)
DJ: DJ 99 (Noruega)

Dia 26

[à hora do almoço] BADILA (Índia / Irão / França)

[à noite] ABDELJALIL KODSSI (Marrocos / Espanha)
AMAN AMAN (Espanha)
BADILA (Índia Irão / França)
KASAI ALLSTARS (Congo)
LA SHICA (Espanha)
MAMANI KEITA & NICOLAS REPAC (Mali / França)
MELINGO (Argentina / França)
MONO BLANCO(México)
SEUN KUTI & EGYPT 80 (Nigéria)
TAKSIM TRIO (Turquia)
TARA FUKI (República Checa / França)
THE DIZU PLAATJIES IBUYAMBO ENSEMBLE (África do Sul)
DJ: [DUNKELBUNT] (Alemanha / Áustria)

Dia 27

[à hora do almoço] MAJORSTUEN (Noruega)

[à noite] 3CANAL (Trinidade & Tobago)
CARAVAN PALACE (França)
DENGUE FEVER (Cambodja / Estados Unidos)
ELECTRIC KULINTANG (Filipinas / cuba / Estados Unidos)
GAITEIROS DE LISBOA (Pt)
JULIE FOWLIS (Reino unido)
LO CÒR DE LA PLANA (França)
MAJORSTUEN (Noruega)
MAYRA ANDRADE (Cabo Verde)
SIBA E A FULORESTA (Brasil)
SVÄNG (Finlândia)
TELMARY (Cuba)
DJ: DALADALA SOUNDZ (Alemanha)

Dia 28

UMALALI & THE GARIFUNA COLLECTIVE FEAT. ANDY PALACIO (Belize / Guatemala /Honduras)

fonte ~ crónicas da terra


19 de agosto de 2007

Fado de S. Vicente com inscrições abertas

Estão abertas as inscrições, até ao dia 14 de Setembro, para a 3ª edição das Noites de Fado do S. Vicente.

A iniciativa, que decorre no Cinema S. Vicente, no Seixal, entre Outubro e Dezembro, é dirigida a todos os fadistas amadores residentes no concelho e pretende descobrir e divulgar novas vozes do fado.
A apresentação pública decorre em cinco espectáculos, onde os fadistas são acompanhados por músicos profissionais.
Ana Pereira

16 de agosto de 2007

Stockholm Lisboa Project : Sol

No próximo dia 20 de Setembro, sai à luz mais uma edição discográfica na música portuguesa, que já cria expectativas, ou não fosse ela fruto do grupo Stockholm Lisboa Project.
Consolidando a linha estética do grupo, Sol, que terá distribuição internacional, pretende congregar as tradições musicais de Portugal e Suécia, desde o fado até às polkas, oferecendo uma viagem de melancolia e energia, pela mão de excelentes músicos.
A voz de Liana (galardoada já por duas vezes com o prémio da Grande Noite do Fado) aliada à mandola nórdica, bandolim e violino, tornam este projecto numa exclusiva combinação de fortes personalidades, revelando uma mistura surpreendentemente poderosa.

Sérgio Crisóstomo - Portugal
+351 963 746 865
info@stockholmlisboa.com

Simon Stålspets - Sweden
+46 70 686 34 24
simonstalspets@hotmail.com

15 de agosto de 2007

Fundação de Amália em risco de ser destruída

Se até finais de Setembro o Governo não declarar a utilidade pública da Fundação Amália Rodrigues, envolta em polémica praticamente desde que nasceu, o fisco vai começar a cobrar impostos sobre os bens deixados em herança pela fadista. Pode ser o fim daquela instituição mandada criar pela cantora para praticar a caridade.

"Se o Governo não declarar a utilidade pública, com efeitos retroactivos à data da constituição, em 2000, o dinheiro que vai pagar em impostos destruirá a fundação, e a vontade de Amália deixada em testamento não poderá ser cumprida", garantiu ao DN o presidente da instituição, Amadeu Aguiar, frisando que os governos do PS e PSD têm vindo a ignorar os pedidos para emitir a declaração.

Com estatutos reconhecidos pelo Governo desde 25 de Janeiro de 2000, a Fundação Amália Rodrigues, gestora de todos os bens deixados pela fadista, com excepção dos direitos de autor, está praticamente parada, sem obter rendimentos. Só a casa-museu, onde vivia a cantora, está aberta ao público. "Há nove anos que nos sucessivos gabinetes dos primeiros-ministros se arrastam os pedidos para que seja declarada a utilidade pública da instituição", diz o presidente, esclarecendo que se "trata de um elemento essencial para rentabilizar os bens e pôr em prática a vontade da fadista".

Agora, só aquela declaração pode evitar custos fiscais. "A fundação foi notificada pelas finanças, com indicação de avaliadores, para fazer a avaliação das pratas e das jóias para efeito de lançamento de impostos" (o antigo imposto sucessório), disse Amadeu Aguiar, lembrando que é elevada a percentagem cobrada pelos avaliadores sobre o valor das peças. "Todo o património deixado para fins de beneficência, que se encontra intacto e salvaguardado pelo conselho de administração, será absorvido pelas próprias finanças", garantiu.

Este desinteresse político em dotar com o estatuto de utilidade pública a Fundação Amália Rodrigues - "um nome que levou e continua a levar Portugal ao mundo" - tem sido acompanhado de várias polémicas.

Em Setembro de 2000, José Miguel Júdice, que em 2002 iria ser eleito bastonário da Ordem dos Advogados, juntamente com Nuno Morais Sarmento, que vira depois a ser ministro do Governo de Durão Barroso, enquanto membros de uma sociedade de advogados - a PLMJ - assinaram uma carta levantando várias reservas relativamente à legalidade dos estatutos da fundação. "Pensamos ser possível impugnar a posição de testamentário de Amadeu da Costa Aguiar, bem como todo o processo de constituição da fundação", disseram. Na sua óptica, "o que ficou estipulado nos estatutos e o que se vem passando na própria vida da fundação parecem ultrapassar em muito a vontade da fundadora". Ambos os advogados se disponibilizaram para liderar um processo de impugnação. A família de Amália, herdeiros directos dos seus bens, o actor Raul Solnado e o fadista João Braga foram os que mais se mostraram concordantes com tal análise.

Perante isto, os responsáveis da fundação solicitaram à Procuradoria- -Geral da República (PGR) que se pronunciasse. Em parecer unanimemente aprovado a 15 de Junho de 2001 pelos membros do conselho consultivo, aquele órgão do Ministério Público (MP) garantiu "que não se encontra fundamento para se considerar os estatutos desconformes à vontade presumida de Amália". João Braga, ao DN, considera que a iniciativa do fisco peca por tardia, avisando que a fundação está a ser gerida com pouca transparência e que, por isso, o Governo deveria intervir. Não foi possível contactar Raul Solnado, e o Governo também não respondeu ao pedido de esclarecimento do DN.
fonte ~ Diário de Notícias
zanguei-me com o meu amor

Júlio Pereira | Geografias

Júlio Pereira
Geografias
Som Livre, 2007

Júlio Pereira regressa ao mercado discográfico com Geografias, o seu mais recente disco, editado em Junho, onde o músico português reencontra-se com o seu instrumento de eleição: o bandolim.

Longe vão os anos de “Cavaquinho”, “Braguesa” e “O Meu Bandolim”, discos que revolucionaram a estética da música tradicional portuguesa nos anos 1980/90, entre uma vasta discografia, que se estende desde 1971 até aos nossos dias. E é curioso constatar que Júlio Pereira é dos poucos músicos “constantes”, que sempre se caracterizou e distinguiu pelo seu virtuosismo multi-instrumental, emocionando os sentidos mais profundos através do trinar do bandolim, da braguesa ou da guitarra portuguesa, paralelamente à energia rítmica do cavaquinho ou à “irreverência” dos sintetizadores mais contemporâneos.

Neste sentido, Geografias não defrauda as nossas expectativas, com base nos trabalhos anteriores. Pelo contrário, desvanece os nossos receios mais exigentes, sendo, acima de tudo, a confirmação do carácter genial de Júlio Pereira, que nos guia por uma viagem de sons universais, atravessando várias latitudes geográficas, de África ao Oriente. De facto, este último disco é um encontro de sonoridades estéticas e acústicas, ao mesmo tempo que actualiza o contexto musical português, apesar da sua música ter esse dom especial de se tornar intemporal.

Resultado final: onze temas instrumentais inéditos, com leves impressões vocais em alguns temas. E se o bandolim é o principal protagonista, assumindo, por vezes, o papel solista do bouzouki e da guitarra portuguesa, como acontece no início de Faro Luso (o primeiro tema do disco, em jeito de homenagem ao fadista Carlos do Carmo), o seu virtuosismo não ofusca as demais interpretações. Efectivamente, sentimos uma perfeita sinergia musical, e, provavelmente, este é um dos factores de sucesso de Júlio Pereira: a arte de saber conjugar distintos recursos, intenções e emoções, que é simplesmente perfeita.

© Sara Louraço Vidal, 2007
Alinhamento
  1. Faro Luso
  2. Santa Moura
  3. Colares de Luz
  4. Areias de Sal
  5. Tábua de Romãs
  6. Castelo Ansião
  7. Porta do Oriente
  8. Alvor Bencanta
  9. Torre Formosa
  10. Tua Baía
  11. Pisa Fronteira
Produção e Direcção musical: Júlio Pereira
Programação, mistura e masterização: Quico Serrano

Faro Luso
Geografias, 2007


3 de agosto de 2007

Dazkarieh | Incógnita Alquimia

Dazkarieh
Incógnita Alquimia

Hepta Trad, 2006


Reza a História que na época pré-cristã, Hermes Trismegisto fundou a alquimia hindú, redigindo diversos textos científico-filosóficos, entre os quais a Tábua Esmeraldina, que só podem ser compreendidos com uma determinada motivação espiritual. Repletos de simbologia e alegorias, os princípios da Alquimia são ocultos e imperceptíveis à leitura literal, de modo a preservar a sabedoria dos gananciosos e avaros, que apenas se interessam pelos benefícios materiais. Por este motivo, a tradição alquimista rege-se por rituais iniciáticos prolongados, imitando a lenta evolução da Natureza e procurando a redenção do Homem com a Criação, ou seja, alcançar a unidade espiritual e liberdade absolutas.

Talvez de forma inconsciente (ou não), o título Incógnita Alquimia, do terceiro e último disco do grupo português Dazkarieh, retrata a sua sonoridade mística e hipnotizante, que, tal como na Alquimia, procura o seu amadurecimento próprio, entre cruzamentos de sons acústicos e eléctricos.

Formados em 1999, desde o início que é um projecto musical que encaixa na perfeição dentro do conceito de “música do mundo”, uma vez que percorrem distintas musicalidades populares, não só nas entoações melódicas e harmónicas, como também nos instrumentos que empregam, seja um bouzouki grego, uma nyckelharpa sueca ou uma gaita galega e transmontana. Contudo, pressentimos uma referência e preocupação constantes em Incógnita Alquimia: a música tradicional portuguesa e a sua reinvenção. Por este motivo, encontramos versões tão inovadoras, como inspiradoras, de “Senhora da Azenha”, “Meninas vamos à Murta” ou “Vitorina”, entre outros temas originais, que consolidam a capacidade creativa do grupo.

Deixamo-nos manipular pelo transe musical de Dazkarieh: a sua força e energia que nos levam a viajar por imaginários ancestrais ou por uma realidade paralela à nossa existência.

© Sara Louraço Vidal, 2007 | Sons Vadíos

Alinhamento:

  1. Senhora da Azenha
  2. Nyckel Power
  3. Meninas vamos à murta
  4. Água-Mãe
  5. Olhos de Maré
  6. Cantaria
  7. Na boca do lobo
  8. Cadafalso
  9. Jig from hell
  10. Estrela de cinco pontas
  11. Incógnita Alquimia
  12. Vitorina