2 de dezembro de 2007

António Pinto Basto celebra 35 anos de carreira com novo disco e espectáculo no Casino Estoril

O fadista António Pinto Basto celebra 35 anos de carreira com a edição de um novo disco, Bodas de coral, e a sua apresentação, domingo, no Casino Estoril.

O álbum, editado pela Zona Música, é apresentado no âmbito do ciclo O fado volta ao casino que decorre desde Setembro todos os domingos, pelas 22h, no Teatro-Auditório daquele equipamento lúdico-cultural.

O álbum marca a estreia de Pinto Basto, aos 55 anos, como letrista, com o tema Madrigal para Amália, uma homenagem a Amália Rodrigues.

«Certo dia encontrei-me com a Amália, ao cumprimentá-la, ela com aquele seu sorriso simpático e maroto, fez-me uma festa na cara e disse-me: 'Ah, se eu tivesse menos 50 anos…'. Não pude ficar indiferente e retorqui-lhe com este poema que mais tarde lhe fiz chegar às mãos e que se completa agora com música também de minha autoria», explicou.

Esta não é aliás a única música que assina no CD. De sua autoria são ainda Gostava (Vasco Telles da Gama) e O castanheiro (João de Vasconcellos e Sá).

O álbum que apresentará domingo à noite totaliza 15 temas com letras de Manuel Alcobia, Rosa Lobato Faria, Castro Infante ou Tiago Torres da Silva, entre outros, interpretadas em fados tradicionais como o Proença, Zé Negro, Franklin de quadras ou Triplicado.

«Há necessariamente um regresso ao tradicional, aquilo que ficará para sempre e que permite adaptarmos letras diferentes», disse.

«Por outro lado - acrescentou - são as músicas que todos sabem e que se cantam nas noites de fado amador».

A acompanhar Pinto Basto no teatro-auditório estarão os mesmos músicos que gravaram o álbum: José Luís Nobre Costa na guitarra portuguesa, Francisco Gonçalves na viola e Armando Figueiredo na viola-baixo.

Mas ao palco sobem também alguns convidados, alguns nomes com quem Pinto Basto realizou duetos ao longo dos 35 anos de carreira: Teresa Siqueira, José Gonçalez, Maria João Quadros, José da Câmara e Teresa Tapadas.

«Ausentes, por se encontrarem fora e em trabalho, estarão Paula Varela Cid, Dulce Guimarães, Maria Armanda e o duo uruguaio Nelson & Leonor», afirmou.

Foi nos 35 anos de carreira que o criador de Ó Portela se inspirou para intitular o álbum.

«Convencionou-se celebrar os 35 anos de casamento como bodas de coral, pois há 35 anos que estou casado com o fado, tudo começou em 1970, e este álbum está na forja há já dois anos», explicou.

«Ainda estudava engenharia quando comecei a gravar EP e a aparecer na televisão a cantar fado», recordou.

De 1974 até 1988 decidiu não gravar mas não deixou de se apresentar em público, quer em Portugal quer no estrangeiro.

Em 1988 editou o seu primeiro LP, Rosa branca, que foi disco de Ouro pelas vendas, tendo nesse ano realizado mais de 120 espectáculos.

Na década de 1990 surge o seu terceiro LP, Confidências à guitarra e prossegue as digressões tanto em Portugal como pelo estrangeiro.

Nesta década além de pela primeira vez ir ao Canadá, inicia um périplo com a Orquestra Chinesa de Macau.

No final desta década apresenta-se em S. Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil.

Volvidos 35 anos, António Pinto Basto considera que «o fado vive um momento alto, nas está mais industrializado, mas dentro do 'showbiz', o que lhe retira um certa maneira doméstica de ser e fazer».

Quanto ao futuro «há vários espectáculos em agenda».

«Um deles que me dá muito gosto - continuou - é para os alunos do 8.º ano do Colégio Militar que demonstra que há interesse dos jovens pelo fado».

Quanto à experiência como letrista, considera que «ficará por aqui».
fonte ~ sol

fado do grupo de forcados amadores de évora

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