Agora, é ele próprio que encara “Fado Nosso”, título sugerido por Manuel Alegre, o poeta mais cantado neste novo disco, como um renascimento.
Tendo em conta a elevada qualidade poética aqui presente — além de Alegre, há poesia de Luiz de Camões, Vinícius de Moraes, David Mourão-Ferreira, António Tavares-Telles e Eduardo Valente da Fonseca, entre outros — é impossível esquecer que João Braga tem vindo a ser um dos mais dignos seguidores de um percurso iniciado por Amália Rodrigues, ao trazer para o fado os grandes poetas da língua e da alma portuguesas.
Mas também ao nível musical este trabalho se destaca, já que alia de forma magistral versões de temas clássicos de Carlos Ramos, de Alfredo Marceneiro ou de Joaquim Campos a novas composições de Nuno Rodrigues (num sempre aguardado regresso à escrita musical), de Arlindo de Carvalho (o autor do eterno “Chapéu Preto”) e do próprio João Braga.
Por último, importa destacar as presenças especiais de Manuel Alegre (no recitativo de “Soneto de Separação”) e da jovem fadista Cuca.
O brilho instrumental das melodias é dado por Jaime Santos Jr., José Luís Nobre Costa e Joel Pina — três dos músicos mais prestigiados do nosso fado —,em conjunto com um dos valores mais recentes da nova geração de guitarristas: Pedro de Castro.
2 comentários:
Muitos parabéns ao artista!!
que pena nao ter morrido
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