A sua carreira foi todo um vendaval de emoções. Cantando nos retiros fadistas. Com uma originalidade e encanto a marcar toda a sua geração.
Era uma mulher extremamente humorada, de muito bom gosto. Lutadora das grandes causas, esteve sempre na primeira linha de muitas batalhas.
Cantou Lisboa como ninguém. Os mais entendidos dizem que ela era um fenómeno na forma como esbanjava "saúde e muito fado bem cantado".
Nas revistas que fez foi dona e senhora com "os fanáticos admiradores" a persegui-la na plateia. E foram dezenas de revistas.
Hermínia cantava e "a crítica social" era o seu forte. Se Alfredo Marceneiro era o ícone do fado tradicional a par de Ercília Costa, Hermínia levou o fado até as grandes salas do mundo, com as guitarras e violas e as maiores orquestras.
Interpretou fados que ainda hoje permanecem na memória colectiva.
OS FADOS INESQUECÍVEIS
Idolatrada, pode-se dizer, por todo um público, Hermínia Silva interpretou fados inesquecíveis. ‘Fado da Sina’ e ‘A velha Tendinha’ até ‘A Casa da Mariquinhas’ ou o ‘Marinheiro Americano’ (com aquele braço no ar em estilo único) e tantos outros. A sacerdotisa do fado nunca mais será esquecida.
O CINEMA CHAMOU POR ELA
O cinema chama-a. Pela beleza e talento. Interpretou ‘Aldeia da Roupa Branca’, ‘O Costa do Castelo’ ou ‘O Diabo era Outro’.
Abriu ‘O Solar da Hermínia’ na sua Lisboa e um mar de gente durante anos a fio ia vê-la e ouvir cantar.
Houve quem a chamasse "a sacerdotisa do Fado" pela maneira como Hermínia sabia conquistar as plateias.
Morreu no Dia de Santo António (13), fez ontem 16 anos.
Carlos Castro (carlos.castro.jornal@gmail.com)
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