29 de março de 2008

Arrefole | Veículo Climatizado

Arrefole
Veículo Climatizado

Açor/ Megamúsica, 2006

Como uma reflexão metódica, uma imersão sensorial ou uma espontânea e revolucionária descoberta, “Veículo Climatizado” propõe-nos uma viagem entre a tradição, a perda e a procura de identidade cultural nas grandes urbes, neste caso contextualizada na cidade do Porto. Contudo, conhecendo a trajectória do grupo Arrefole, facilmente entendemos que este seu primeiro trabalho discográfico reflecte a própria travessia musical da banda.

Decorria o ano 2000 quando um trio de jovens apaixonados pela música tradicional portuguesa decide reavivar melodias esquecidas no urbanismo frenético e aventuraram-se em dá-las a conhecer a um público distante deste tipo de música. Do reavivar passaram ao criar, consolidando novas sonoridades e intenções, à medida que a formação se ia reinventando e adaptando-se à passagem do Tempo até aos dias de hoje.

Não há dúvida de que, actualmente, os Arrefole são uma esperança e um novo alento da música portuguesa de raiz, apresentando uma proposta criativa e original, emotiva e provocativa, onde a música tradicional do Minho e de Trás-os-Montes ganha novo fôlego e atrevimento, através de alguns arranjos talvez considerados pouco convencionais pelos mais puristas. Mas os Arrefole sabem transportar este legado patrimonial à sua e nossa realidade, e os temas originais transmitem essência própria e essa passagem de influência e de saber hereditário, onde a tradição dá lugar à inovação.

Veículo Climatizado apresenta-se, assim, como um conceito amadurecido, trabalhado e reflectido, onde se destacam os sons captados artesanalmente no quotidiano das ruas e das gentes do Porto. Eles provocam a nossa imaginação, acentuam uma vontade subliminar de também vivermos essas viagens e experiências urbanas, os contrastes cognitivos que nos possam surpreender ao som dos Arrefole, descobrindo uma nova identidade dentro do dia-a-dia duma realidade cada vez mais globalizada.

Sara Louraço Vidal, 2007

Alinhamento:

  1. travessia
  2. vôo do arado
  3. água sagrada
  4. barqueiros
  5. metro_nomo
  6. a minha saia velhinha
  7. arrebirachula
  8. um canto de mim
  9. passear p'lo passeado
  10. gutlics
  11. júlio pereira
  12. saia da carolina
  13. caixinha de música
gravação - emiliano toste (estúdios toste); mistura - emiliano toste, nuno flores, arrefole; masterização - emiliano toste.
metro_nomo

26 de março de 2008

Escola de Fado | Amadora

Inscrições e informações:

Escola Intercultural das Profissões e do Desporto
Rua Henrique de Paiva Couceiro, 10
Venda Nova
2700-453 AMADORA
Tel: 21 499 78 00 | Fax: 21 499 78 33

25 de março de 2008

Teresa Salgueiro & Lusitânia Ensemble | La Serena

Teresa Salgueiro & Lusitânia Ensemble
La Serena

Éter, 2007

Longe vai o ano de 1986, quando Rodrigo Leão e Gabriel Gomes, ao passear pelo Bairro Alto, em Lisboa, são surpreendidos pelo cantar de Teresa Salgueiro, que espontâneamente cantava um fado entre amigos. Ironia do destino ou sorte do acaso, o certo é que esse instante seria o início dum dos movimentos mais importantes da música portuguesa e de maior projecção internacional.
Ao longo de 21 anos, Salgueiro foi gradualmente assumindo o papel de imagem de marca dos Madredeus, aliado ao seu jeito peculiar de cantar e à sua postura em palco, relembrando-nos adjectivos como “doce” e “delicada”. De facto, o seu encanto natural e o timbre único da sua voz não passaram desapercebidos, e transformaram-na numa das vozes femininas mais destacáveis dos últimos tempos, colaborando com grandes nomes da música internacional, tais como Ângelo Branduardi, Caetano Veloso e Carlos Núñez.
Apesar de se identificar plenamente com a música de Madredeus, Teresa Salgueiro sentiu a necessidade de abarcar outros projectos paralelos ao grupo, que se consolidaram com a sua saída do grupo em Novembro de 2007. É neste contexto que assistimos ao florescer de “La Serena”, uma ideia impulsada por Pedro Ayres Magalhães, quem desafiou Salgueiro a elaborar unha lista das suas canções favoritas em vários idiomas. Por sua vez, os arranjos foram concebidos por Jorge Varrecoso Gonçalves, mentor e director do Quinteto Lusitânia, um grupo de cordas com alguma relevância no campo da música erudita, e que neste espectáculo evolucionou para Lusitânia Ensemble.
As sensibilidades cruzam-se e resultam na gravação deste disco transversal, como um viajar duma sereia que parte ao encontro das melodias que compõem o mundo e marés de sons, cantadas em italiano, português, castelhano, francês, inglês e crioulo. Por outro lado, este disco é um convite aberto à descoberta do universo pessoal de Teresa Salgueiro, que assim partilha, com toques de elegância e refinamento, o seu sentir sobre diversas estéticas musicais, desde o jazz ao samba, passando pela morna e pelo fado, entre outros estilos, denotando-se uma conjunção perfeita entre a voz e o envolver do lirismo das cordas.
Sara Louraço Vidal, 2008
Alinhamento
  1. la serena
  2. a velha tendinha
  3. o namoro
  4. o leãozinho
  5. vuelvo al sur
  6. la vie en rose
  7. lá vai lisboa
  8. nome de rua
  9. amanhã
  10. se todos fossem iguais a você
  11. caruso
  12. paloma negra
  13. a velha infância
  14. mar azul
  15. estranha forma de vida
  16. a casa da mariquinhas
  17. avec le temps
  18. unforgettable
  19. somewhere over the rainbow
Gravado no Estudio Garate, de San Sebastián, em Maio e Junho de 2007.
Engenheiro de som - Jorge Barata; Técnico de som - Haritz Harreguy; Assessor musical de Teresa Salgueiro - Francisco Ribeiro; Direcção das gravações - Vasco Azevedo; Misturado por Pedro Ayres Magalhães; Masterizado nos Estudios Auditiv em Junho de 2007 por Pedro Ayres Magalhães e Rui Fingers.

13 de março de 2008

uma inocente inclinação para o mal

Mulher passa a palavra

Numa acção inédita que pretende chamar a atenção das mulheres portuguesas para o problema do cancro do colo do útero, 17 cantoras nacionais juntaram as suas vozes no CD "Mulher passa a palavra".

Adelaide Ferreira, Ana Moura, Dulce Pontes, Claud, Jacinta, Joana Pessoa, Kátia Guerreiro, Lúcia Moniz, Susana Félix, Manuela Azevedo, Nancy Vieira, Rita Guerra, Teresa Salgueiro e Xana são as artistas que participam no projecto solidário. Cada cantora escolheu um tema para integrar o CD e para além disso, foi incluída uma versão inédita da música Woman, de John Lennon, interpretada por dez cantoras.

Parte da receita da venda do álbum reverte para a Liga Portuguesa Contra o Cancro, que age no âmbito da prevenção da doença. Todos os dias, uma mulher portuguesa morre vítima do cancro do colo do útero. Esta é a segunda causa de morte por cancro na Europa, em mulheres entre os 15 e 44 anos.

Na semana passada, cinco delas - Jacinta, Joana Pessoa, Rita Guerra, Nancy Vieira e Claud - subiram ao palco do Casino Lisboa para a apresentação do trabalho.

9 de março de 2008

Aldina Duarte edita novo álbum em Abril

O terceiro álbum da Aldina Duarte "sairá em Abril ou Maio", e será composto com letras de sua autoria e de Maria do Rosário Pedreira, sobre melodias de fado tradicional, disse a fadista à Lusa.

A fadista que não revelou o título do álbum afirmou que "o tema central do disco são as histórias do universo feminino familiares a todos nós".

Aldina Duarte escusou-se a dar outros pormenores, acrescentando apenas que "três fados são originais de três fadistas que são marcos determinantes na história do fado".

O álbum foi gravado com os músicos que a acompanham desde o primeiro disco: José Manuel Neto, na guitarra portuguesa e Carlos Manuel Proença, na viola.

"Há algumas surpresas que penso válido mantê-las como tal até à edição do disco, inclusive o título", sublinhou.

Aldina Duarte editou o seu primeiro álbum, "Apenas o amor", em 2004, em que canta maioritariamente poemas inéditos de sua autoria, de Manuela de Freitas e de João Cabral do Nascimento e recupera "Anjo inútil" (Luís de Macedo) do repertório de Amália Rodrigues.

Em 2006 publicou pela EMI Music "Crua", constituído apenas por poemas de João Monge para músicas tradicionais de fado.

Aldina Duarte começou a cantar no coro do grupo "Valdez e as piranhas douradas", o seu primeiro fado, "A Rua do Capelão" ("Novo fado da Severa" de Frederico de Freitas e Júlio Dantas), é cantado para um filme "Xavier", de Manuel Mozos.

Conhece mais tarde, por razões profissionais, Beatriz da Conceição e ficou "apaixonada" pelo fado, tendo decidido ser fadista.

Prosseguiu os trilhos do fado, cantou em peças de teatro, designadamente "Judite nome de guerra" de Almada Negreiros, encenada por Germana Tânger no Teatro São Luiz, em Lisboa.

Aldina afirma que foi ganhando a noção do "sagrado" da profissão, mas também "achando que havia muito para aprender".

Passa pelas noites de fado da Casa do Registo da Mãe d`Água, em Lisboa, pelo programa televisivo "Grande Noite" de Filipe la Féria, que abandona pois achava "que não sabia o suficiente para estar ali".

Organiza noites de poesia e fado no Teatro da Comuna, em Lisboa, e começa a trabalhar diariamente numa casa de fados.

Do Piccolo Teatro, em Milão (Norte de Itália) surge o convite para participar numa peça sobre a vida de Fernando Pessoa escrita por António Tabucchi.

Em todo este percurso, afirma, "mantive os rituais que sempre achei distintos e belos no fado: o xaile preto, o vestido preto, discreto e elegante, o silêncio, a luz baixa, tudo o que sempre me deslumbrou".

O ano passado integrou o elenco de "Divas do Fado" apresentado em Londres, no Queen Elisabeth Hall, no âmbito do Festival Atlantic Waves.

fonte ~ rtp

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