29 de julho de 2008

Parceria Valentim de Carvalho/IPlay lança coleccção de CD "O melhor de..."

A parceria Iplay e Valentim de Carvalho lançou no mercado uma nova série de CD, "O melhor de", que recupera êxitos da música portuguesa de nomes como Carlos Ramos, Hermínia Silva, Maria Clara ou Alberto Ribeiro.

"Esta colecção tem mais informação. Há uma melhoria de textos específicos, em português e inglês, sobre cada artista, as letras de cada canção e fado. É uma edição mais cuidada. Todavia, esta colecção não pretende substituir a colecção lançada há uns anos pela EMI Music, mas sim uma outra, a colecção Caravela", explicou à Lusa o director geral da Iplay, José Serrão.

Editados estão Hermínia Silva, Alberto Ribeiro, Frei Hermano da Câmara, Maria de Fátima Bravo, Tony de Matos, Carlos Zel, Beatriz da Conceição, Fernando Farinha, Carlos Ramos, Lucília do Carmo e Maria Clara.

Segundo Serrão, "a maioria dos temas escolhidos provêm da Valentim de Carvalho, havendo casos pontuais em que se recorreu a outras editoras".

Um desses casos pontuais é o de Carlos Zel, falecido há seis anos e de quem se escolheu, entre outros, "Restos de uma saudade" (Francisco Stofel/Carlos Manuel Lima), "Disseste que me deixavas" (Mário Martins/José Lopes) e "Neste rio vou morrer" (Alfredo Duarte/António Fontes).

A colecção integra nomes já desaparecidos como Zel ou Carlos Ramos, outros que deixaram de cantar, caso de Maria de Fátima Bravo, ou outros ainda no activo, como Beatriz da Conceição ou Frei Hermano da Câmara, que decidiu este ano regressar aos palcos.

Serrão afirmou à Lusa que o mercado está receptivo aos êxitos de outrora, "que são aliás de sempre".

"Há um certo saudosismo e temos um quadro de artistas cujos nomes, em termos discográficos, estavam desaparecidos há muito tempo", assinalou.

Todos os CD incluem 20 temas, entre eles os mais significativos da carreira de cada artista.

Assim, o CD de Fátima Bravo inclui o emblemático "Vocês sabem lá" (Carlos Sousa/Jerónimo Bragança) e o de Carlos Ramos "Não venhas tarde" (Aníbal Nazaré/João Nobre).

O CD de Alberto Ribeiro, falecido em 2000, integra a sua criação "Coimbra" (José Galhardo/Raul Ferrão), mas também os popularíssimos "Marco de Correio" (Amadeu do Vale/Alberto Ribeiro) e "Fado Hilário" (Gabriel de Oliveira/Augusto Hilário Alves).

"O melhor de Beatriz da Conceição" regista essencialmente êxitos saídos do teatro de revista nas décadas de 1960 e 1970, designadamente "Sou um fado desta idade" (Ferrer Trindade/Rogério Bracinha), "Lisboa da cor da ponte" (F. Trindade/César Oliveira/R. Bracinha), "Mini fado" (F. Trindade/C. Oliveira) ou "Santo António detective" (Artur Varatojo/Carlos Dias).

Entre os 20 temas de Hermínia Silva, outra vedeta do teatro da revista nas décadas de 1940 a 1980, o CD inclui o muito aplaudido "Gonçalo Velho" (Amadeu Santos/Raul Ferrão).

Do CD da fadista constam também "Fado da sina" (A. Santos/Jaime Mendes), e as sátiras a "Vou dar de beber à dor", de Amália Rodrigues, e ao "Fado falado", de João Villaret, respectivamente "Vou dar de beber à alegria" e "Fado mal falado".

No mercado estão já 11 títulos, projectando-se a saída, em breve, de outros seis, "sendo o previsto saírem seis títulos de três em três meses", disse José Serrão.

António Mourão, Maria José Valério, João Ferreira Rosa, José Cid, Alfredo Marceneiro e Maria Teresa de Noronha são aos próximos a serem editados, indicou Serrão.

Vítor Duarte Marceneiro, que este ano recebeu o Prémio Amália Rodrigues de Ensaio e Investigação, afirmou à Lusa que "tudo o que seja relembrar figuras antigas é bem-vindo".

O investigador espera que, "para além da edição discográfica, propriamente dita, esta seja uma hipótese de se reflectir sobre a época, se reconheça a qualidade dos poemas e também a qualidade musical".

"Há coisas de muita qualidade que estão esquecidas, e aprende-se sempre com quem chegou antes de nós e fez bom trabalho", frisou Vítor Duarte Marceneiro.

Por outro, lado, disse ainda, este "é um instrumento utilíssimo para quem investiga e procura saber mais na área da música ligeira portuguesa".

fonte ~ RTP/Lusa

Maria Teresa de Noronha
cotovia


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