13 de fevereiro de 2010

No Mazurka Band leva-nos ao baile

A propósito do festival Entrudanças, em Entradas, Castro Verde, os No Mazurka Band lançam no próximo dia 14 de Fevereiro, Domingo, às 00h30, o seu primeiro disco: "À do Baile".

O seu mote é "No Rules - No Harmony": Os No Mazurka Band recusam embarcar na moda recente da "mazurka" dos Novos Bailes que pululam por todo o país e dedicam-se exclusivamente a temas do repertório português, reinterpretados de uma forma muito...própria. Um bocado excêntrica, um bocado ao lado, assumidamente "à bruta", mas com uma complexidade e uma tessitura musical sofisticada que não deixam dúvidas quanto ao percurso e qualidade dos seus músicos. Se desafinam - é porque podem - e porque querem que assim seja:

"Atrevemo-nos a reinventar danças seculares como o Vira, o Malhão, o Passeado, o Dois Passos e o Corridinho. E claro, tirámos do baú as brincadeiras onde os nossos avós se conheceram e enamoraram. Porque o Folk vivo é um Folk contemporâneo, vibrante, actual a reinventar-se
constantemente. E porque o Folk de identidade é a melhor forma de festejar o que nos faz ser diferentes. Por isto tudo e porque sim, apareçam no Entrudanças, para dar um pézinho de dança e brincar à roda ao som destes instrumentos improváveis. Vão ver que não dói nada...
(...) A-do-Baile, o Manifesto, diz que a regionalização da cultura é, em grande medida, uma invenção dos anos 40;..."

Os NMB, cuja edição de CD é apoiada pela PédeXumbo, fazem parte da corrente (já não tão recente) de revisitação do património musical tradicional português, mas com um olhar muito mais próximo e atento aos "originais da tradição" e aos instrumentos que fazem parte desse legado, do que, por exemplo, projectos recentes como os Deolinda, Diabo na Cruz, B-Fachada, que se situam talvez num espectro mais próximo da "pop", mais imediatamente acessível ao grande público.

NMB assume-se como "Folk-tuga-hard-core", na mesma linha de grupos como Uxu-Kalhus (de resto, Paulo Pereira é um dos elementos fundadores dos dois grupos), Omiri ou Charanga, prontos a reinventar a "tradição" para fazer o que lhes dá na real gana - pode chocar os mais sensíveis? Pode! Com uma diferença: enquanto que os Charanga ou Omiri recorrem à electrónica e programações, NMB fá-lo com instrumentos tradicionais: Viola campaniça, Flauta de Tamborileiro, Gaita galega, Rauchpfeifen, Tamboril, Timbalão, Bombo e Caixa tradicionais (dispostos como uma bateria!) - com distorção pelo meio. "E claro, como não podia deixar de ser, tudo com vozes à bruta".

Polémicos? Talvez. Provocadores? Um bocadinho. A ouvir? Sem dúvida.
fonte ~ PédeXumbo

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