O anúncio foi feito por Manuel Maria Carrilho à margem da inauguração da exposição "Amália, Coração Independente", dedicada à fadista Amália Rodrigues, no Museu Colecção Berardo, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
O embaixador português na UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - referiu que numa altura em que se assinalam dez anos da morte de Amália Rodrigues, a fadista que mais projecção deu ao Fado internacionalmente, podemos recordá-la "com os olhos postos na consagração mundial do Fado" e esse "será um grande momento" para os portugueses.
Questionado sobre se o ano de intervalo previsto entre a apresentação da candidatura e a aceitação do Fado como Património Imaterial da Humanidade é tempo suficiente para a apreciação da candidatura, Manuel Maria Carrilho sublinhou que "é preciso fazer candidaturas rápidas" e recordou o processo da elevação a Património da Humanidade das gravuras rupestres de Foz Côa em apenas dois anos e no qual também esteve envolvido, na altura como ministro da Cultura.
"Temos uma estratégia forte na Unesco para apresentar e batalhar por esta candidatura e penso que se pode conseguir. Não é fácil, porque o património imaterial que a Unesco procura salvaguardar é aquele que está em risco. Felizmente não temos o Fado em risco. Nesse item as coisas não são muito fáceis, mas felizmente há outros", afirmou Manuel Maria Carrilho.
O embaixador de Portugal na Unesco destacou o "bom dossier" que tem vindo a ser preparado em Lisboa desde 2004, altura em que se começou a preparar a candidatura, e adiantou que a partir de agora terá que ser dado início a "muito trabalho de 'lobbying' e sensibilização", num trabalho "muito intenso" que permita "avançar uma candidatura no meio de tantas pretensões".
Entre as vantagens da elevação do Fado a Património Imaterial da Humanidade, Manuel Maria Carrilho referiu a maior facilidade para a protecção do património, em questões como arquivos e conservação, mas destacou os benefícios inerentes ao reconhecimento internacional.
"É uma projecção a nível global deste bem local que é o Fado", concluiu.
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