27 de dezembro de 2007

Diabo a Sete | Parainfernália


Diabo a Sete
Parainfernália

Açor/Megamúsica, 2007


É com o espírito endiabrado que descobrimos a sonoridade do grupo Diabo a Sete, no seu primeiro trabalho discográfico Parainfernália, que eles próprios definem como uma reinvenção da música tradicional portuguesa.

Efectivamente, este septeto de Coimbra apresenta uma abordagem bastante característica e um entendimento inovador no modo de recuperar as raízes musicais, transformando-as em melodias actuais e não simples memórias dum passado, por vezes, não muito distante.

As almas inquietas de Diabo a Sete pretendem ir mais longe e romper com os padrões estéticos mais puristas e classicistas, compaginando o tradicional e o folk com o rock e o reggae, tanto a nível dos arranjos, como dos instrumentos utilizados (do cava­quinho e da sanfona ao baixo eléctrico e à bateria), sem desvirtuar a beleza intrínseca das notas soltas pelos cancioneiros populares de norte a sul do país: desde o Algarve ata Trás-os-Montes, passando pela ilha da Madeira.

Por outro lado, à parte deste trabalho de recolha, os temas originais do grupo também são uma constante de natural encanto, denotando o conhecimento que os elementos de Diabo a Sete têm sobre a música étnica e a influência que outros reconhecidos músicos exercem sobre eles, como por exemplo Brigada Victor Jara ou Júlio Pereira. O certo é que, actualmente, confirmam-se como um dos grupos mais prolíferos no panorama musical português, conquistando público e crítica. Ademais, podemos considerar que este disco é o responder a uma necessidade sentida nos concertos de perpetuar a sua energia, especialmente após à participação no concurso Eurofolk 2006 em Málaga, no qual marcaram presença até à final, ganhando, assim, uma maior projecção mediática, inclusivamente a nível internacional.

A expressão Diabo a Sete significa disparate e confusão, qualquer coisa incontrolável, e conscientemente ou não, este grupo vai revolucionando o folk em Portugal, imune a todo o tipo de exorcismos e conjuros.

Sara Louraço Vidal, 2007
Alinhamento | ouvir
  1. Baile da meia volta
  2. En tu puerta estamos cuatro
  3. Chin glin din
  4. Dança dos camafeus
  5. Parati
  6. Vira-pedras
  7. Diabos no corpo
  8. Para lá do Marão
  9. Valsa da Joana e do João
  10. Ponte Nova do Algarve
  11. Guardunha
  12. O padrinho
Gravações e misturas efectuadas entre Dezembro de 2006 e Março de 2007 nos Estúdios Toste em São Mamede de Infesta.

2 comentários:

Lúcio Bollati disse...

Estive conferindo o grupo Diabo a Sete... e realmente é muito bom.
Abraços!

terezinha disse...

NÃO CONHECIA E GOSTEI IMENSO.
Por onde andam?