Diabo a Sete
Parainfernália
Açor/Megamúsica, 2007
É com o espírito endiabrado que descobrimos a sonoridade do grupo Diabo a Sete, no seu primeiro trabalho discográfico Parainfernália, que eles próprios definem como uma reinvenção da música tradicional portuguesa.
Efectivamente, este septeto de Coimbra apresenta uma abordagem bastante característica e um entendimento inovador no modo de recuperar as raízes musicais, transformando-as em melodias actuais e não simples memórias dum passado, por vezes, não muito distante.
As almas inquietas de Diabo a Sete pretendem ir mais longe e romper com os padrões estéticos mais puristas e classicistas, compaginando o tradicional e o folk com o rock e o reggae, tanto a nível dos arranjos, como dos instrumentos utilizados (do cavaquinho e da sanfona ao baixo eléctrico e à bateria), sem desvirtuar a beleza intrínseca das notas soltas pelos cancioneiros populares de norte a sul do país: desde o Algarve ata Trás-os-Montes, passando pela ilha da Madeira.
Por outro lado, à parte deste trabalho de recolha, os temas originais do grupo também são uma constante de natural encanto, denotando o conhecimento que os elementos de Diabo a Sete têm sobre a música étnica e a influência que outros reconhecidos músicos exercem sobre eles, como por exemplo Brigada Victor Jara ou Júlio Pereira. O certo é que, actualmente, confirmam-se como um dos grupos mais prolíferos no panorama musical português, conquistando público e crítica. Ademais, podemos considerar que este disco é o responder a uma necessidade sentida nos concertos de perpetuar a sua energia, especialmente após à participação no concurso Eurofolk 2006 em Málaga, no qual marcaram presença até à final, ganhando, assim, uma maior projecção mediática, inclusivamente a nível internacional.
A expressão Diabo a Sete significa disparate e confusão, qualquer coisa incontrolável, e conscientemente ou não, este grupo vai revolucionando o folk em Portugal, imune a todo o tipo de exorcismos e conjuros.
- Baile da meia volta
- En tu puerta estamos cuatro
- Chin glin din
- Dança dos camafeus
- Parati
- Vira-pedras
- Diabos no corpo
- Para lá do Marão
- Valsa da Joana e do João
- Ponte Nova do Algarve
- Guardunha
- O padrinho
2 comentários:
Estive conferindo o grupo Diabo a Sete... e realmente é muito bom.
Abraços!
NÃO CONHECIA E GOSTEI IMENSO.
Por onde andam?
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