Clube de Fado
World Connection, 2006
Já diz o ditado que “filho de peixe, sabe nadar”. E no caso de Mário Pacheco, a sabedoria popular não poderia ser mais acertada!
Sendo filho do guitarrista António Pacheco, quem acompanhou a alguns dos melhores fadistas, desde muito novo se enraíza no mundo do fado.
O seu percurso inicia-se no acompanhamento de viola rítmica, tendo feito, inclusivamente, a formação em guitarra clássica pela Academia de Música de Lisboa. No entanto, tocar guitarra portuguesa era o seu anseio, atrevendo-se a ubstituir a viola pelo instrumento que ele próprio afirma que “mais expressivamente define o fado”. Então, era considerado como um dos melhores instrumentistas de viola, criticando-se a sua decisão, por temor a perder-se um excelente violista para um mau guitarrista. Mas o tempo provou o contrário, e contra factos não há argumentos! A comprová-lo está a sua discografia, desde 1992 até ao seu último trabalho “Clube de Fado”, nome da sua casa de fados na zona de Alfama, um espaço de referência no ambiente fadista de Lisboa.
É neste retiro artístico onde Mário Pacheco dá a conhecer a sua interpretação do fado, acompanhado pelas melhores vozes da actualidade, como é o caso de Rodrigo Costa Félix, Ana Sofia Varela, Camané e Mariza. Precisamente, estes fadistas da nova geração colaboram neste disco, gravado ao vivo no aristocrático Palácio Nacional de Queluz (concerto que se pode apreciar no DVD de acompanhamento), interpretando composições próprias de Mário Pacheco, algumas das quais, grandes êxitos internacionalizados pela voz de Mariza.
É um disco de tradição, mas igualmente de abertura a uma sonoridade mais contemporânea, especialmente as guitarradas de composição própria, instrumentais onde a guitarra portuguesa não deixa lugar à indiferença. É um disco de amadurecimento musical e de homenagem a todas as suas fontes de inspiração e admiração, nomeadamente Carlos Paredes e Fontes Rocha. Imperdível!
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