"Estou muito feliz com o álbum. Outras alturas houve em que tive vontade de gravar, mas em boa hora reconheci que tinha de voltar atrás e aqui está a prova de que esperar é uma virtude", afirmou a fadista.
Em declarações à agência Lusa, Luísa Rocha referiu que sempre tomou "muita atenção" ao que lhe diziam os fadistas mais antigos, nomeadamente que "tinha de viver mais, experienciar sentimentos".
"Diziam-me que tinha de ter um bocadinho mais da escola da vida para dar identidade às palavras, e hoje reconheço absolutamente isso", declarou.
Editado por David Ferreira-Iniciativas Editoriais, o álbum é produzido por Carlos Manuel Proença, personalidade chave em todo o projecto, segundo a fadista que afirma:
"Confiei plenamente na sua sapiência e experiência, deixando-me totalmente, ser dirigida".
Todavia, ressaltou, "foi um trabalho de equipa, nomeadamente com os músicos e também na escolha dos poemas e dos vários fados".
"Sendo este o meu primeiro trabalho em estúdio era essencial que me sentisse confortável e identificasse com as palavras que cantava", sublinhou.
O álbum integra 12 temas, entre inéditos e recriações de fados dos reportórios de Carlos do Carmo, Maria José da Guia, Mariza e Vasco Rafael.
Entre os inéditos há poemas de Mário Raínho, António Laranjeira, Paulo de Carvalho e músicas de Carlos Manuel Proença, que a acompanha à viola.
Quanto a acompanhantes, a fadista não resiste a salientar "a cimeira de guitarristas" constituída por José Manuel Neto, Ricardo Rocha, Custódio Castelo, Guilherme Banza e Mário Pacheco, que tocam em diferentes temas.
José Manuel Neto é maioritário, acompanhando-a em oito, alguns deles com um segundo guitarra, Custódio Castelo acompanha-a em dois temas, Ricardo Rocha, Mário Pacheco e Guilherme Banza, um cada um.
"Sendo grandes instrumentistas com uma personalidade artística vincada, permitiram que fosse estilando sempre de forma diferente, o que me ajudou", disse.
Carlos Manuel Proença à viola e Daniel Pinto na viola baixo acompanham-na em todos os temas.
O álbum inclui ainda uma 13. faixa, uma versão com coro de "Dou-te um beijo (e fujo de ti), de Paulo de Carvalho.
A fadista reconhece que é "o ambiente tradicional" que caracteriza o álbum, aquele em que se sente mais à vontade, mas adverte: "mas não se confunda com uma ideia conservadora contrária à inovação, há é que respeitar a tradição que foi o que me atraiu sempre no fado".
"Por uma noite de amor" (M. Raínho/C.M.Proença), que dá o título ao álbum, foi a primeira escolha para o alinhamento do CD que inclui entre outros, "Sem ti" (Lopes Victor/Francisco Carvalhinho), criação de M. José da Guia, "Guitarrada e Fado em Clave Sol", de Rainho no Fado Lopes, escrito para si, ou "Toada do Desengano" de Vasco Graça Moura.
Quanto ao tema de Graça Moura, "gravado no fado Franklin de sextilhas, optei pelo fado Acácio", disse.
Adianta que a opção por outra melodia revela "como o mesmo poema pode ser sentido e interpretado de outra maneira, pois a música dá outra inclinação às palavras" e, neste caso,escolheu "uma proposta mais apaixonada".
Luísa Rocha disse à Lusa que desde criança sempre quis ser fadista, tendo cantado em público pela primeira vez, "inconscientemente", aos 10 anos, numa casa de fados em Loures.
Profissionalmente estreou-se em 2000 no Marquês da Sé, e actualmente canta no Clube de Fado.
fonte ~ Lusa
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