Chainho, a quem muitos tratam por mestre, e Gong Linna vão actuar hoje juntos, pela primeira vez frente a um público, numa pequena apresentação no pavilhão português na Exposição de Xangai. Duas ou três músicas apenas para assinalar o dia de Portugal na exposição e para abrir o apetite para o espectáculo Cores de Saudade, amanhã, às 20.00 locais, no Pavilhão Central. E vão continuar juntos numa pequena digressão pelo território - segunda-feira em Wuhan, no dia seguinte na Cidade Proibida, em Pequim, depois no auditório da Universidade de Macau (sexta-feira) e, finalmente, em Shengzen (sábado).
O encontro entre o guitarrista e a cantora não aconteceu por acaso. Foi o agente dele que teve a ideia de apresentar um espectáculo deste tipo na Expo Xangai e, para isso, foi à Womex à procura de uma intérprete. Gong Linna ouviu o fado e gostou. Chainho ouviu a voz de Gong Linna e ficou rendido. Conheceram-se, então, há duas semanas. "Chegou aqui com o seu português aprendido à pressa", conta ele, e vinha decidida a cantar um tema de Amália (Foi por Vontade de Deus) e mais uns fados. Nos concertos vão tentar conciliar os repertórios dos dois, contando com a colaboração da fadista Isabel Noronha e dos músicos Tiago Oliveira (guitarra clássica) e Wang Lee (sheng). "Os estrangeiros costumam ficar maravilhados com o som da guitarra portuguesa", conta Chainho. "Tem uma sonoridade única. Vamos ver como soa acompanhado pelo sheng, que é um instrumento de sopro típico da China." Mais um desafio para o o guitarrista que, aos 62 anos, continua a abrir portas à música portuguesa e já este ano lançou Lis Goa, um disco em que junta a guitarra ao sitar e aos sons da Índia: "Os mais puristas não gostam do meu trabalho. Mas porque é que a guitarra tem de ficar subjugada ao fado? Porque não havemos de libertar a guitarra, que é um instrumento único e com tantas capacidades? Eu sou e serei sempre um guitarrista do fado, mas ando à procura de novas direcções." Desta vez, a viagem levou-o até à China.
fonte ~ dn
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